As figuras portuguesas são fantásticas :)
Começando pelo maior sonho d’Eles- uma perífrase, que os preceda. Do tipo: sabe com quem o senhor está falando, eu sou “o fulano (filho de beltrano) que fez tal coisa”. Ou melhor, já é anunciado antes. Vem aí o “fulano (filho de beltrano) que fez tal coisa”.
Eles detestam ironia, principalmente aquelas que Eles não entendem (ou seja, quase todas as que realmente importam ;)).
Adoram eufemismos. Nada é o que realmente é. Ele não mentiu, ele “faltou com a verdade”. Não foi assassinato, foi “uma brincadeira que deu errado".
Eles são a antítese da lucidez.
Adoram uma comparação (quando se trata dos outros, é claro). Comparar é quase uma lei. E sempre o nivelamento é feito por baixo, sob o maldito olhar pequeno-burguês. A gradação que preferem (pois é a única que conseguem) é a seguinte: segundo grau mal feito, Newton Paiva, pistolão, emprego do tipo “cabide”, carro importado.
São a personificação da ignorância! Gostam das metonímias, pois elas são uma mão na roda no que se refere aos rótulos. Não é o fulano, ou o beltrano, mas o “nerd”, o “palhaço”, o “mineiro”. A metáfora é muito para Eles. Aliás, Eles detestam poesia. Invariavelmente. Esse texto não é nenhuma nova forma de hipérbole. Não é nenhum exagero :)